A Arte de Ser
Minha mãe sempre me disse que eu nasci artista. Ela, apaixonada por arte e talentos não realizados, via em mim a concretização de um sonho que a vida não permitiu viver. Cresci cercada de materiais — lápis, pincéis, tintas e papéis — como se o mundo fosse uma tela em branco, pronta para ser preenchida. Mas, ao contrário do que ela imaginava, a arte não surgiu em mim de forma automática. Foi a criatividade, algo mais profundo, que acendeu minha jornada.
Passei quatro anos em Nova York, estudando Belas Artes, mas logo percebi que meu caminho era outro. A arte que me chamava não estava nas pinturas, mas nas inesperadas viradas da vida. Um curso de ourivesaria e restauração surgiu como um simples hobby, mas foi ele que abriu portas inesperadas, refletindo a imprevisibilidade do meu destino.
A vida, com suas peças que nos parecem aleatórias, me desafiou a questionar: somos nós que escolhemos os caminhos que seguimos? Quase trinta anos se passaram em uma carreira de sucesso, com prêmios e reconhecimento internacional, mas algo faltava. Então veio a pandemia, uma pausa que me fez redescobrir o que realmente importava.
Após dois anos de Mestrado em Felicidade, mergulhei em arte, filosofia, psicologia e espiritualidade e percebi que a busca por reconhecimento já não me movia mais. O que eu queria, agora, era a paz nas pequenas vitórias, aquelas que não se medem, mas que brilham nos olhos de quem se reconhece.
Minha arte, agora, é a arte de viver. A verdadeira obra-prima não está nas galerias, mas nas camadas da alma, que se revelam a cada descoberta. O maior quadro que posso pintar não tem moldura, não tem fronteiras — é a tapeçaria da vida, com suas curvas e surpresas. E, no final, esse será o meu maior legado: a arte de ser quem realmente sou.
Essa é a minha maior obra-prima.
Awards
International Prix des Arte
2009
Berlin Grand Ex
2013
Berlin Grand Ex
2015
Pappillon 2.0
2021